sexta-feira, 13 de agosto de 2010

FORMAÇÃO DOCENTE: O SABER-SER E O SABER-FAZER NO EXERCÍCIO PROFISSIONAL

As discussões sobre formação docente têm revelado a necessidade de se analisar a complexidade da tarefa de ensinar. Nesse âmbito, várias questões parecem pertinentes no encaminhamento de estudos sobre os processos formativos de professores(as). Podemos indagar, por exemplo: Que formação docente tem se delineado no cenário educacional brasileiro? Em que medida essa formação responde às exigências e aos desafios da profissão?

O processo de globalização da sociedade e do mundo, o avanço tecnológico e comunicacional têm posto novas exigências em relação à escola e à formação docente. No que concerne, especificamente, à formação de professores(as) observamos sérias críticas ao modelo formativo predominante, fundamentado na racionalidade técnica, bem como verificamos o delineamento de novos pilares para a qualificação do(a) professor(a), alicerçados na concepção de que a prática docente constitui-se uma prática social.

O paradigma da racionalidade técnica pressupõe a necessidade de dotar os(as) professores(as) de instrumental técnico a ser aplicado na prática. Trata-se de uma perspectiva de formação determinística, acrítica, situando o(a) professor(a) como técnico que dissemina conhecimentos. Os modelos formativos fundamentados nessa concepção parecem não dar conta das necessidades formativas dos(as) professores(as). Em conseqüência disso, no contexto atual, os debates sobre formação docente indicam a configuração de um novo paradigma de formação, deslocando o foco de análise da dimensão técnica (fazer) para a discussão dos saberes e práticas docentes, explicitando o sentido das experiências nas aprendizagens profissionais.

Discutir sobre formação de professores(as), portanto, implica revisar a compreensão de prática pedagógica. Significa refletir sobre a necessidade de articulação entre teoria e prática, compreendendo a trajetória profissional, vivenciada no contexto da sala de aula, como possibilitadora de aprendizagens sobre a profissão. Representa entender que a experiência docente configura-se como importante elemento no processo de desenvolvimento pessoal e profissional do(a) professor(a). No entanto, a esse respeito, Guarnieri (2000) alerta que esses pressupostos não são suficientes para se evitar a unilateralidade e os reducionismos sempre presentes quando se trata a questão da formação do professor, ora dando-se excessivo peso ao conhecimento teórico-acadêmico, ora às questões postas pela prática pedagógica.

Antonia Edna Brito – Doutoranda da UFRN
Maria Bernadete Fernandes de Oliveira - Orientadora
Universidade Federal do Rio Grande do Norte

Um comentário:

  1. Colega parabéns pelo Blog!
    Vejo que falar de formaçãao de professores implica em uma série de caracrterísticas predeterminadas pelo sistema, pela secretaria, pela direção da Escola e muitas vezes, pelo docente. As mudanças acontecem em todos os setores e nós enquanto educadores precisamos estar atentos e participativos, nosso fazer pedagógico precisa ser avaliado constantemente para que possamos entender e acompanhar o processo de ensino-aprendizagem dos alunos. Assim, nossa formação é impreenscindível para o bom andamento do processo e devemos estar sempre nos avaliando para que o aprendizado aconteça de forma significativa.

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